Rafael diz:
Contardo?
Contardo Calligaris diz:
Oi, estou aqui
Rafael diz:
podemos começar?
Contardo Calligaris diz:
Anytime, ou seja, quando vc quiser
Rafael diz:
Ás vezes o senhor escreve sobre futebol na sua coluna. O que te leva a escrever sobre o tema?
Contardo Calligaris diz:
Na verdade, escrevo pouco sobre futebol, na minha coluna, mas gosto de futebol -- só não gosto de torcidas
Rafael diz:
Quando escreve sobre futebol, qual é a sua motivação?
Contardo Calligaris diz:
É mais como uma metáfora -- aliás os esportes são boa metáforas para a vida, por exemplo, um goal impedido é um bom exemplo de ação "precipitada" -- acaba não valendo
Rafael diz:
Acha que todos possuem essa mesma visão?
Contardo Calligaris diz:
Não sei, acho que os esportes podem ajudar entender a vida. Agora, acho que, para muitos, sobretudo torcedores, são outra coisa, faço uma grande diferença entre praticar um esporte e ser torcedor
Rafael diz:
Qual é a diferença?
Contardo Calligaris diz:
O torcedor típico é alguém que procura identidade, segurança e autorização no grupo ao qual pertence, o esportista é alguém totalmente responsável por seus atos e suas competência, são dois opostos
Rafael diz:
Sergio Dornelless, de 38 anos, pergunta: o consumo de drogas no mundo esportivo pode ser inibido?
Contardo Calligaris diz:
Imagino que a pergunta concerne ao uso de drogas que melhoram a performance do esportista, não é? Neste caso, acho que, claro, deve haver regras que inibem o uso, mas é sem esperança.
Rafael diz:
Ele se refere ao desempenho e à vida posterior
Contardo Calligaris diz:
Se você dedica sua vida a um esporte e lhe prometem que um anabolizante vai radicalmente melhorar sua performance, vc vai tomar, a discussão deveria ser mais ampla: a performance esportiva de alto nível nunca é "natural". Treinar seis ou sete horas por dia tb não é "natural", uma menina que faz ginástica olímpica começa a treinar aos 11 ou 12 anos; seu desenvolvimento vai ser totalmente atrapalhado pelo treino
Rafael diz:
LIgia, de 19 anos, pergunta: como foi a escolha da sua profissão?
Contardo Calligaris diz:
Fiz uma análise porque não estava bem comigo mesmo (nem com os outros, aliás). Me beneficiei bastante e comecei a me interessar...
Rafael diz:
Tatiana, de 27 anos, pergunta: o senhor torce para qual time?
Contardo Calligaris diz:
Quando era criança, em Milão, torcia pelo Milan, desde então, (os torcedores vão detestar) torço sempre pelo time que me parece merecer a vitória porque joga melhor, depende dos jogos. É assim: em qualquer jogo, há uma parte de sorte. Torço para que a sorte esteja com quem joga melhor naquela dia.
Rafael diz:
Nós estamos recebendo um grupo de 25 estudantes do Supletivo (ensino básico e rápido para adultos) Padre Aguinaldo e eles estão tendo o contato inicial com o computador. O professor Sérgio pergunta: qual é a sua visão, como psicanalista, sobre a paixão pelo futebol?
Contardo Calligaris diz:
A paixão pelo futebol tem a ver com o que há de melhor em cada um de nós, vontade de dar tudo de si, a paixão pela torcida de futebol tem a ver com o que há de pior em cada um de nós: vontade de deixar de sermos indivíduos para ser representados pelo grupo
Rafael diz:
Há diferença de comportamento? Itália, Brasil, etc?
Contardo Calligaris diz:
nas torcidas? eu diria que não, nada substancial. As torcidas italianas e brasileiras não são as piores
Rafael diz:
O Sérgio, pergunta: há diferença entre o torcedor comum e o da organizada?
Contardo Calligaris diz:
Sem dúvida. A torcida organizada se torna parecida, às vezes, com um daqueles partidos totalitários que queriam definir a vida de todos
Rafael diz:
Onde a torcida organizada é a pior?
Contardo Calligaris diz:
Paises Baixos, Inglaterra, por exemplo. Paises Baixos é um jeito de dizer Holanda.
Rafael diz:
O Marcos, pergunta: a torcida da Lazio é freqüentemente vista fazendo cantorias racistas e fascistas. Você acredita que isso interfere no comportamento das pessoas e dos atletas desta equipe?
Contardo Calligaris diz:
Dos atletas não sei, mas no comportamento dos próprios torcedores, claro que sim, só para explicar melhor: o nacionalismo é uma espécie de torcida. Se eu sou italiano e a Itália invade a Grécia (aconteceu em 1941), eu sou CONTRA a Itália e a favor da Grécia. Mesma coisa num jogo de futebol.
Rafael diz:
Daiane, pergunta: O que difere o comportamento do homem e da mulher nos campos (arquibancadas) de futebol
Contardo Calligaris diz:
Bom, salvo exceções (que existem), as mulheres são seres melhores do que os homens -- no mínimo nisto: elas são muito menos sensíveis à sedução dos grupos...
Rafael diz:
O homem se transforma quando está em grupo?
Contardo Calligaris diz:
Exemplo: vocês se lembram daquels três ou quatro aloprados que colocaram fogo no índio Galdino, em Brasília? Pois é, aposto que nenhum deles, sozinho, teria feito um horror daqueles. Em muitos Estados dos EUA, é permitido dirigir a partir dos 16 (e mesmo 14) anos. Mas com uma condição: não pode ter mais de um adolescente no carro (pode ter um sozinho, dirigindo, isso sim). O grupo transforma as pessoas, sim, e quase sempre para pior.
Rafael diz:
O que a internet pode ajudar ou piorar na paixão pelo futebol ou esporte de um modo geral?
Contardo Calligaris diz:
A internet é um instrumento de debate como nunca existiu. Por exemplo, a gente está conversando agora... e posso imaginar que nosso debate nos mude um pouco, nos civilize
Rafael diz:
A Ana Cláudia pergunta: como o senhor vê a questão da homosexualidade no esporte?
Contardo Calligaris diz:
acho que deveria ser uma questão inexistente como questão, mais delicada é a posição dos transexuais no esporte, por exemplo, um transexual (alguém que mudou de gênero) deve concorrer como homem ou como mulher -- como seu Gênero de origem ou como o gênero que ele assumiu? a resposta é difícil.
Rafael diz:
O futebol, mesmo mal jogado, te encanta?
Contardo Calligaris diz:
Uma pelada mal jogada pode me encantar, sim, pela alegria de quem joga, pela vontade de jogar
Rafael diz:
A Ligia pergunta: qual é o segredo do amor entre um casal?
Contardo Calligaris diz:
Bom, um dos segredos é achar que ficar com o outro é mais interessante do que assistir a um jogo de futebol na televisão. KKKKKK... fora isso, acho que o segredo é esperar do outro que ele/ela me transforme para melhor do que eu sou
Rafael diz:
Qual é a sua opinião sobre as camisas dos times? As camisas representam algo além do que vemos?
Contardo Calligaris diz:
Para mim, não. Algumas são mais bonitas do que outras (mas é uma questão de gostos). Em geral, eu não visto camisas de time nenhum (de futebol ou outro)
Rafael diz:
O Damião pergunta: O Pelé fez mais de 1.000 gols. Acha que ele, se jogasse hoje, teria o mesmo desempenho?
Contardo Calligaris diz:
Difícil responder, o futebol mudou, mas ele também teria adaptado seu gênio à maneira atual de jogar. Agora, nem sempre o jogador mais valioso é aquele que faz mais gols, não é? Um grande armador, um líbero, um goleiro... podem ser cruciais para um time e para uma época. E mesmo um trabalhador que nem o Dunga de seus grandes dias.
Rafael diz:
O senhor já jogou ou joga futebol?
Contardo Calligaris diz:
Joguei sobretudo quando estudava num internato, mas não foi o esporte que pratiquei mais seriamente
Rafael diz:
Contardo, estamos encerrando. Foi um prazer recebê-lo aqui (virtualmente).
Contardo Calligaris diz:
O prazer foi meu, uma boa noite e um grande abraço a todos e especialmente aos estudantes do Padre Aguinaldo. E BOLA PARA FRENTE
Rafael diz:
Foi uma honra. Aguardamos sua visita à nossa unidade
Contardo Calligaris diz:
Com prazer Rafael, abração
Rafael diz:
Tchau
sexta-feira, 28 de março de 2008
quinta-feira, 27 de março de 2008
terça-feira, 25 de março de 2008
domingo, 23 de março de 2008
quinta-feira, 20 de março de 2008
Íntegra do bate-papo com Xico Sá
Rafael diz:
Xico?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Opa meu caro. To aqui nesse msn primitivo. Num windows velho. Mas vamos simbora
Rafael diz:
Como surgiu o convite para você escrever sobre esportes na Folha de S.Paulo?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Foi uma aposta da editoria, que queria alguém que não fosse um jornalistão do ramo, digo, que já cobrisse futebol, pois queriam algo mais com a cara do torcedor. Assumi a coluna há quase três anos, na vaga de Mario Magalhaes, colunista das sextas-feiras (atual ombudsman do jornal).
Rafael diz:
Há milhares de cronistas esportivos pelo país. O que o seu trabalho difere desta turma toda?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Faço uma crônica com uma pegada mais literária, sem análises metidas a sérias, mas com a gozação do mundo do torcedor. Como se fosse um papo de boteco entre amigos. A outra diferença é que vejo os jogos pela ótica do cara viciado em secar o time alheio.
Rafael diz:
Você tem uma visão muito peculiar do futebol, o que mais te interessa neste esporte?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
O que mais interessa e chama a atenção é a paixão que desperta é a influência no dia-a-dia dos brasileiros, na vida das pessoas. E como o futebol é capaz de mobilizar toda a sociedade, servindo também de linguagem para tudo. Até o presidente fala por metáforas do futebol.
Rafael diz:
Você saiu do Recife e veio para São Paulo. Onde o futebol é mais amado?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
No Recife o futebol toma conta das ruas, os prédios em dias de clássicos ficam todos com bandeiras, há uma festa de rua em torno do futebol. Em Sp, por causa da violência, creio, é mais travado, tem menos público e é menos festivo. Isso não significa que as pessoas não sejam passionais do mesmo jeito com o mundo da bola.
Rafael diz:
Você possui uma extensa coleção de camisas de futebol. Como surgiu a idéia de colecionar?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Começou quando ganhei uma do Íbis, que é tido como o pior time do mundo. Foi há 15 anos. Agora tenho perto de 500. A maioria de times pequenos
Rafael diz:
Aonde pretende chegar com esta coleção?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Virou uma obsessão, mas pelo lado divertido de ter as camisas dos piores times do planeta. As dos times grandes não me interessam.
Rafael diz:
Qual foi a camisa mais difícil de encontrar?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
A do 4 de Julho de Piripiri. time da segunda divisão do Piauí. E a mais bonita de todas é a do Sampaio Correa... verde,amarelo, vermelho e branco, quadricolor
Rafael diz:
você compra, ganha... como compõe a coleção?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Depois que sabem da minha loucura pelos timecos, os próprios torcedores ou dirigentes dos clubes me mandam. Mas compro algumas também. Viajo muito e a primeira coisa q faço quando chego numa cidade do interior é correr atrás da camisa do time local
Rafael diz:
O que acha da camisa da seleção brasileira?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Agora ta melhor, numa pegada mais antiga. Mas não gosto no geral das camisas NIke. A Adidas é quem bate um bolão nesse quesito
Rafael diz:
Que time você torce?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
O GLORIOSO SANTOS FUTEBOL CLUBE. MELHOR TIME DO MUNDO
Rafael diz:
Você prefere campeonatos regionais ou internacionais?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Quanto mais várzea, melhor. O campeonato que mais gosto no momento é a Copa do Brasil. É mais democrática entra time do meio da floresta amazônica, como o FAst de Manaus,por exemplo
Rafael diz:
Você quis ser jogador de futebol?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Era o sonho, eu era um meia-direita até razoável. Mas com a cegueira, tenho quase 10 graus, resolvi mudar de rumo. Na verdade era aquele sonho de muitos garotos, nada demais.
Rafael diz:
Quais são as sua referencias no jornalismo?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Na crônica esportiva, o meu padrinho é o Nelson Rodrigues. a coluna é quase sempre uma homenagem a ele. Otto Lara REsende também me influenciou bastante.
Rafael diz:
Quais os programas esportivos que você mais gosta?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
O Pontapé inicial, com o José Trajano,um cara que admiro, na Espn Brasil, o Loucos por futebol, na mesma Espn, mas na verdade vejo tudo, sou viciado mesmo, a mulher enlouquece com tanta mesa redonda O mais bizarro é o da Gazeta, por causa do Chico Lang, na verdade, alias, falar nisso, saudades do Roberto Avalone EXCLAMAÇÃO
Rafael diz:
O Chico Lang é um bom jornalista? Pq ele é bizarro?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Acho que ele faz um papel no programa, que funciona, digo bizarro pela loucura dele, os absurdos que diz, mas é um tipo, encarna o corintiano roxo e fanático.
Rafael diz:
O que a Internet ajudou e/ou atrapalhou o seu trabalho como jornalista?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Ajudou bastante. Principalmente nas pesquisas e na interatividade, agora tenho um retorno, via e-mail, dos leitores. Isso ajuda muito. Haja porrada de leitor, mas haja elogio também. Criticas positivas. Muito bom isso. Sem falar nessa praticidade. Eu, que comecei no tempo do telex, depois do fax, que o diga. Facilitou bastante
Rafael diz:
qual é o blog esportivo que você acompanha?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Acompanho o do Juca. O do PVC, do Lance e um hilário, chamado JOGOS PERDIDOS, uns malucos ai do ABC que só relatam jogos absurdos, da segundona pra baixo
Rafael diz:
Oq acha dessa briga toda entre os jornalistas da área de esportes? Juca X Milton Neves... e por aí vai...
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Briga boa e reveladora, que mostra quem é sério e quem é meio duvidoso nesse ramo. O Milton Neves faz programas péssimos, quase sempre, por causa do excesso de vendas, jabá, marketing direto no programa. É meio minuto de informação e horas de vendas de furadeiras,cerveja etc
Rafael diz:
Os esportistas são mais encrenqueiros? Não vemos isso em outras editorias.
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Sim, por conta de futebol ser uma coisa muito passional, esse calor contamina também os jornalistas esportivos, que brigam mais, sao mais sangue quente.
Rafael diz:
pensa em apresentar um programa esportivo?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Sou uma desgraça para televisão. A começar pela feiúra, capaz de espantar as crianças na sala. Mas de receber um bom convite nao me furtarei
Rafael diz:
Xico, foi um prazer bater um papo com você. Parabéns pelo trabalho
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Eu que agradeço o convite. Prazer grande conversar com vocês. Estou às ordens. Espero que na próxima vez eu possa comparecer ai mesmo
Rafael diz:
E fica o convite para nos visitar aqui
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Parabéns ao Sesc pelo grande trabalho. Grande abraço e boa noite a todos.
Rafael diz:
tchau
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
inté
Xico?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Opa meu caro. To aqui nesse msn primitivo. Num windows velho. Mas vamos simbora
Rafael diz:
Como surgiu o convite para você escrever sobre esportes na Folha de S.Paulo?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Foi uma aposta da editoria, que queria alguém que não fosse um jornalistão do ramo, digo, que já cobrisse futebol, pois queriam algo mais com a cara do torcedor. Assumi a coluna há quase três anos, na vaga de Mario Magalhaes, colunista das sextas-feiras (atual ombudsman do jornal).
Rafael diz:
Há milhares de cronistas esportivos pelo país. O que o seu trabalho difere desta turma toda?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Faço uma crônica com uma pegada mais literária, sem análises metidas a sérias, mas com a gozação do mundo do torcedor. Como se fosse um papo de boteco entre amigos. A outra diferença é que vejo os jogos pela ótica do cara viciado em secar o time alheio.
Rafael diz:
Você tem uma visão muito peculiar do futebol, o que mais te interessa neste esporte?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
O que mais interessa e chama a atenção é a paixão que desperta é a influência no dia-a-dia dos brasileiros, na vida das pessoas. E como o futebol é capaz de mobilizar toda a sociedade, servindo também de linguagem para tudo. Até o presidente fala por metáforas do futebol.
Rafael diz:
Você saiu do Recife e veio para São Paulo. Onde o futebol é mais amado?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
No Recife o futebol toma conta das ruas, os prédios em dias de clássicos ficam todos com bandeiras, há uma festa de rua em torno do futebol. Em Sp, por causa da violência, creio, é mais travado, tem menos público e é menos festivo. Isso não significa que as pessoas não sejam passionais do mesmo jeito com o mundo da bola.
Rafael diz:
Você possui uma extensa coleção de camisas de futebol. Como surgiu a idéia de colecionar?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Começou quando ganhei uma do Íbis, que é tido como o pior time do mundo. Foi há 15 anos. Agora tenho perto de 500. A maioria de times pequenos
Rafael diz:
Aonde pretende chegar com esta coleção?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Virou uma obsessão, mas pelo lado divertido de ter as camisas dos piores times do planeta. As dos times grandes não me interessam.
Rafael diz:
Qual foi a camisa mais difícil de encontrar?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
A do 4 de Julho de Piripiri. time da segunda divisão do Piauí. E a mais bonita de todas é a do Sampaio Correa... verde,amarelo, vermelho e branco, quadricolor
Rafael diz:
você compra, ganha... como compõe a coleção?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Depois que sabem da minha loucura pelos timecos, os próprios torcedores ou dirigentes dos clubes me mandam. Mas compro algumas também. Viajo muito e a primeira coisa q faço quando chego numa cidade do interior é correr atrás da camisa do time local
Rafael diz:
O que acha da camisa da seleção brasileira?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Agora ta melhor, numa pegada mais antiga. Mas não gosto no geral das camisas NIke. A Adidas é quem bate um bolão nesse quesito
Rafael diz:
Que time você torce?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
O GLORIOSO SANTOS FUTEBOL CLUBE. MELHOR TIME DO MUNDO
Rafael diz:
Você prefere campeonatos regionais ou internacionais?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Quanto mais várzea, melhor. O campeonato que mais gosto no momento é a Copa do Brasil. É mais democrática entra time do meio da floresta amazônica, como o FAst de Manaus,por exemplo
Rafael diz:
Você quis ser jogador de futebol?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Era o sonho, eu era um meia-direita até razoável. Mas com a cegueira, tenho quase 10 graus, resolvi mudar de rumo. Na verdade era aquele sonho de muitos garotos, nada demais.
Rafael diz:
Quais são as sua referencias no jornalismo?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Na crônica esportiva, o meu padrinho é o Nelson Rodrigues. a coluna é quase sempre uma homenagem a ele. Otto Lara REsende também me influenciou bastante.
Rafael diz:
Quais os programas esportivos que você mais gosta?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
O Pontapé inicial, com o José Trajano,um cara que admiro, na Espn Brasil, o Loucos por futebol, na mesma Espn, mas na verdade vejo tudo, sou viciado mesmo, a mulher enlouquece com tanta mesa redonda O mais bizarro é o da Gazeta, por causa do Chico Lang, na verdade, alias, falar nisso, saudades do Roberto Avalone EXCLAMAÇÃO
Rafael diz:
O Chico Lang é um bom jornalista? Pq ele é bizarro?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Acho que ele faz um papel no programa, que funciona, digo bizarro pela loucura dele, os absurdos que diz, mas é um tipo, encarna o corintiano roxo e fanático.
Rafael diz:
O que a Internet ajudou e/ou atrapalhou o seu trabalho como jornalista?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Ajudou bastante. Principalmente nas pesquisas e na interatividade, agora tenho um retorno, via e-mail, dos leitores. Isso ajuda muito. Haja porrada de leitor, mas haja elogio também. Criticas positivas. Muito bom isso. Sem falar nessa praticidade. Eu, que comecei no tempo do telex, depois do fax, que o diga. Facilitou bastante
Rafael diz:
qual é o blog esportivo que você acompanha?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Acompanho o do Juca. O do PVC, do Lance e um hilário, chamado JOGOS PERDIDOS, uns malucos ai do ABC que só relatam jogos absurdos, da segundona pra baixo
Rafael diz:
Oq acha dessa briga toda entre os jornalistas da área de esportes? Juca X Milton Neves... e por aí vai...
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Briga boa e reveladora, que mostra quem é sério e quem é meio duvidoso nesse ramo. O Milton Neves faz programas péssimos, quase sempre, por causa do excesso de vendas, jabá, marketing direto no programa. É meio minuto de informação e horas de vendas de furadeiras,cerveja etc
Rafael diz:
Os esportistas são mais encrenqueiros? Não vemos isso em outras editorias.
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Sim, por conta de futebol ser uma coisa muito passional, esse calor contamina também os jornalistas esportivos, que brigam mais, sao mais sangue quente.
Rafael diz:
pensa em apresentar um programa esportivo?
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Sou uma desgraça para televisão. A começar pela feiúra, capaz de espantar as crianças na sala. Mas de receber um bom convite nao me furtarei
Rafael diz:
Xico, foi um prazer bater um papo com você. Parabéns pelo trabalho
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Eu que agradeço o convite. Prazer grande conversar com vocês. Estou às ordens. Espero que na próxima vez eu possa comparecer ai mesmo
Rafael diz:
E fica o convite para nos visitar aqui
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
Parabéns ao Sesc pelo grande trabalho. Grande abraço e boa noite a todos.
Rafael diz:
tchau
Xico Cha-Cha-Cha Du Loup diz:
inté
sexta-feira, 14 de março de 2008
sexta-feira, 7 de março de 2008
Íntegra do bate-papo com Juca Kfouri
Rafael diz:
Juca, podemos começar?
Juca, podemos começar?
Juca diz:
é claro!
Rafael diz:
bom, é um prazer recebê-lo aqui
Juca diz:
Do mesmo modo!
é claro!
Rafael diz:
bom, é um prazer recebê-lo aqui
Juca diz:
Do mesmo modo!
Rafael diz:
O que a Internet modificou (se modificou) o seu trabalho como jornalista?
Juca diz:
Facilitou muito a pesquisa e aumentou uma barbaridade o contato com os leitores, ouvintes e telespectadores. Sem se dizer que trouxe essa coisa do blog, que simplesmente me tornou um escravo.
Rafael diz:
Seu blog é o mais lido dentre os blogues de segmento esportivo. Há uma explicação?
Juca diz:
Provavelmente por estar no UOL, o maior dos portais.
Rafael diz:
e por ser o Juca, isso não ajuda?
O que a Internet modificou (se modificou) o seu trabalho como jornalista?
Juca diz:
Facilitou muito a pesquisa e aumentou uma barbaridade o contato com os leitores, ouvintes e telespectadores. Sem se dizer que trouxe essa coisa do blog, que simplesmente me tornou um escravo.
Rafael diz:
Seu blog é o mais lido dentre os blogues de segmento esportivo. Há uma explicação?
Juca diz:
Provavelmente por estar no UOL, o maior dos portais.
Rafael diz:
e por ser o Juca, isso não ajuda?
Juca diz:
Talvez um pouco, com quase 40 anos na estrada...
Rafael diz:
Uma das características do seu trabalho é a investigação, a denuncia. O que o fez seguir nesta diretriz?
Juca diz:
A descoberta de tanta coisa errada no meio do esporte quando eu comecei na profissão, em 1970. Achei que os amantes do esporte tinham o direito de saber das coisas que mancham sua paixão e que é obrigação do jornalista contá-las.
Rafael diz:
o Clayton Nascimento, de 15 anos, pergunta: você gosta de ser jornalista?
Juca diz:
Clayton, gostar eu não gosto. Eu adoro. Gosto demais do que faço.
Rafael diz:
O Victor Hugo, de 14 anos, pergunta: desde criança você queria ser jornalista?
Juca diz:
Victor, na verdade, eu nem sonhava com isso, embora tivesse um avô jornalista. Eu queria ser professor universitário e entrei na faculdade pensando nisso. Daí surgiu um convite para eu ir trabalhar na revista Placar, que seria lançada naquele ano, 1970. Foi aí que o vírus do jornalismo me pegou para sempre...
Rafael diz:
Quais foram as suas referências no jornalismo esportivo?
Talvez um pouco, com quase 40 anos na estrada...
Rafael diz:
Uma das características do seu trabalho é a investigação, a denuncia. O que o fez seguir nesta diretriz?
Juca diz:
A descoberta de tanta coisa errada no meio do esporte quando eu comecei na profissão, em 1970. Achei que os amantes do esporte tinham o direito de saber das coisas que mancham sua paixão e que é obrigação do jornalista contá-las.
Rafael diz:
o Clayton Nascimento, de 15 anos, pergunta: você gosta de ser jornalista?
Juca diz:
Clayton, gostar eu não gosto. Eu adoro. Gosto demais do que faço.
Rafael diz:
O Victor Hugo, de 14 anos, pergunta: desde criança você queria ser jornalista?
Juca diz:
Victor, na verdade, eu nem sonhava com isso, embora tivesse um avô jornalista. Eu queria ser professor universitário e entrei na faculdade pensando nisso. Daí surgiu um convite para eu ir trabalhar na revista Placar, que seria lançada naquele ano, 1970. Foi aí que o vírus do jornalismo me pegou para sempre...
Rafael diz:
Quais foram as suas referências no jornalismo esportivo?
Juca diz:
João Saldanha, a maior delas, além de Hedyl Valle Júnior, que foi meu chefe assim que comecei e que, infelizmente, morreu muito jovem.
Rafael diz:
O wesley Santana Dantas, de 15 anos, fez uma pesquisa na internet e descobriu que você estudou na USP, Ciências, é isso mesmo?
Juca diz:
Pois é, Dantas, é isso mesmo. Fiz Ciências Sociais na USP.
Rafael diz:
Ele continua a pergunta: você saiu da USP? Desistiu do curso?
Juca diz:
Não, me formei e comecei até a fazer pós-graduação, que não completei porque assumi a chefia de reportagem da Placar.
Rafael diz:
O Brasil é um grande celeiro de craques, você acha que a imprensa brasileira, atualmente, está no mesmo nível?
Juca diz:
Antes fosse. Tem muita gente boa em nossa imprensa esportiva, de fato, mas o que tem de perna-de-pau é uma grandeza. Nosso futebol é, enfim, melhor que nossa imprensa esportiva.
Rafael diz:
O Rodrigo Alberto, de 11 anos, pergunta: qual foi a grande entrevista que você realizou?
Juca diz:
Rodrigo, é difícil responder, porque eu posso achar uma e os leitores outra. A que mais repercutiu foi uma com o Pelé, em 1993, quando ele denunciou corrupção na CBF, a mesma com que ele acaba de fazer mais um acordo, por ironia...A que mais gosto, impressa, foi com o então prefeito de Curitiba, Jaime Lerner. Na TV a que mais gosto foi com o cantor Ronnie Von.
Rafael diz:
Agora mais uma pergunta: Os programas esportivos da TV aberta, em sua maioria, são caracterizados pelas brincadeiras de mau gosto, pelas polemicas gratuitas, etc. O que acha disso?
João Saldanha, a maior delas, além de Hedyl Valle Júnior, que foi meu chefe assim que comecei e que, infelizmente, morreu muito jovem.
Rafael diz:
O wesley Santana Dantas, de 15 anos, fez uma pesquisa na internet e descobriu que você estudou na USP, Ciências, é isso mesmo?
Juca diz:
Pois é, Dantas, é isso mesmo. Fiz Ciências Sociais na USP.
Rafael diz:
Ele continua a pergunta: você saiu da USP? Desistiu do curso?
Juca diz:
Não, me formei e comecei até a fazer pós-graduação, que não completei porque assumi a chefia de reportagem da Placar.
Rafael diz:
O Brasil é um grande celeiro de craques, você acha que a imprensa brasileira, atualmente, está no mesmo nível?
Juca diz:
Antes fosse. Tem muita gente boa em nossa imprensa esportiva, de fato, mas o que tem de perna-de-pau é uma grandeza. Nosso futebol é, enfim, melhor que nossa imprensa esportiva.
Rafael diz:
O Rodrigo Alberto, de 11 anos, pergunta: qual foi a grande entrevista que você realizou?
Juca diz:
Rodrigo, é difícil responder, porque eu posso achar uma e os leitores outra. A que mais repercutiu foi uma com o Pelé, em 1993, quando ele denunciou corrupção na CBF, a mesma com que ele acaba de fazer mais um acordo, por ironia...A que mais gosto, impressa, foi com o então prefeito de Curitiba, Jaime Lerner. Na TV a que mais gosto foi com o cantor Ronnie Von.
Rafael diz:
Agora mais uma pergunta: Os programas esportivos da TV aberta, em sua maioria, são caracterizados pelas brincadeiras de mau gosto, pelas polemicas gratuitas, etc. O que acha disso?
Juca diz:
Acho deplorável, lastimo, passam uma péssima imagem, não fazem jornalismo e ainda fazem propaganda, até de empresas comandadas por empresários também de jogadores, num total conflito de interesses.
Rafael diz:
Existe ‘jabá’ no futebol? Jornalista que é pago para falar bem de determinado clube, jogador, técnico, etc?
Juca diz:
Infelizmente, sim. Se um cara faz propaganda, por exemplo, de um supermercado cujo dono empresaria atletas, você acha que ele criticará um atleta do empresário? Não, ao contrário, ele encherá a bola do cara e por aí afora.
Rafael diz:
O Wesley pergunta: A Copa de 2014 vai ser boa para o país? O Brasil é capaz de organizar?
Juca diz:
Wesley, deveria ser, como foi para Espanha, para a Alemanha, etc. E podemos fazê-la sim, desde que com a nossa cara, não com a da Espanha ou da Alemanha. Mas não temos nenhum motivo para confiar no grupo que está no comando da empreitada.
Rafael diz:
O Elson de Assis, de 16 anos pergunta: Tempos atrás o programa ‘Cartão Verde’ da TV Cultura era uma referência na TV aberta. O programa contava com a sua presença e a do José Trajano. Há espaço para jornalistas do nível de vocês dois nas emissoras abertas?
Juca diz:
Elson, como se vê, cada vez menos, embora na TV Cultura ainda haja.
Rafael diz:
O Elson continua: Hoje você e o Trajano trabalham juntos na ESPN-Brasil. Você acompanha o trabalho do Flávio Prado na TV Gazeta? Se sim, acha que ele mudou a postura?
Juca diz:
Elson, ele mesmo disse numa entrevista à revista CartaCapital que "capitulou". É triste, mas é fato...
Rafael diz:
O Manuel Alexandre, de 09 anos, pergunta: depois do futebol, qual é o seu esporte predileto?
Juca diz:
Manuel, o basquete, que até joguei. E BEM!!!!!!!!!!!
Rafael diz:
O Victor Hugo pergunta: acha que o Brasil vai se dar bem nas Olimpíadas?
Juca diz:
Victor, não pode se dar bem no sentido de ganhar muitas medalhas porque a disparidade entre nós e os países mais avançados é enorme. Na verdade, nem deveríamos estar preocupados com isso ainda, em ganhar medalhas olímpícas. Deveríamos estar preocupados em disseminar a prática esportiva pelo país afora, massificar o esporte como fato de saúde, de prevenção às doenças que nos assolam.
Rafael diz:
O Alexandre Alves, de 25 anos, pergunta: por ser considerado um jornalista polêmico, recebe processos e protestos quando escreve e fala sobre determinado assunto ou pessoa?
Juca diz:
Alexandre, faz parte. Ninguém gosta de ser desnudado, de ser pego em flagrante. E quando isso acontece, esperneia, ameaça, processa, faz o diabo.
Rafael diz:
O Rafael Braga, de 26 anos, pergunta: Há censura ?
Acho deplorável, lastimo, passam uma péssima imagem, não fazem jornalismo e ainda fazem propaganda, até de empresas comandadas por empresários também de jogadores, num total conflito de interesses.
Rafael diz:
Existe ‘jabá’ no futebol? Jornalista que é pago para falar bem de determinado clube, jogador, técnico, etc?
Juca diz:
Infelizmente, sim. Se um cara faz propaganda, por exemplo, de um supermercado cujo dono empresaria atletas, você acha que ele criticará um atleta do empresário? Não, ao contrário, ele encherá a bola do cara e por aí afora.
Rafael diz:
O Wesley pergunta: A Copa de 2014 vai ser boa para o país? O Brasil é capaz de organizar?
Juca diz:
Wesley, deveria ser, como foi para Espanha, para a Alemanha, etc. E podemos fazê-la sim, desde que com a nossa cara, não com a da Espanha ou da Alemanha. Mas não temos nenhum motivo para confiar no grupo que está no comando da empreitada.
Rafael diz:
O Elson de Assis, de 16 anos pergunta: Tempos atrás o programa ‘Cartão Verde’ da TV Cultura era uma referência na TV aberta. O programa contava com a sua presença e a do José Trajano. Há espaço para jornalistas do nível de vocês dois nas emissoras abertas?
Juca diz:
Elson, como se vê, cada vez menos, embora na TV Cultura ainda haja.
Rafael diz:
O Elson continua: Hoje você e o Trajano trabalham juntos na ESPN-Brasil. Você acompanha o trabalho do Flávio Prado na TV Gazeta? Se sim, acha que ele mudou a postura?
Juca diz:
Elson, ele mesmo disse numa entrevista à revista CartaCapital que "capitulou". É triste, mas é fato...
Rafael diz:
O Manuel Alexandre, de 09 anos, pergunta: depois do futebol, qual é o seu esporte predileto?
Juca diz:
Manuel, o basquete, que até joguei. E BEM!!!!!!!!!!!
Rafael diz:
O Victor Hugo pergunta: acha que o Brasil vai se dar bem nas Olimpíadas?
Juca diz:
Victor, não pode se dar bem no sentido de ganhar muitas medalhas porque a disparidade entre nós e os países mais avançados é enorme. Na verdade, nem deveríamos estar preocupados com isso ainda, em ganhar medalhas olímpícas. Deveríamos estar preocupados em disseminar a prática esportiva pelo país afora, massificar o esporte como fato de saúde, de prevenção às doenças que nos assolam.
Rafael diz:
O Alexandre Alves, de 25 anos, pergunta: por ser considerado um jornalista polêmico, recebe processos e protestos quando escreve e fala sobre determinado assunto ou pessoa?
Juca diz:
Alexandre, faz parte. Ninguém gosta de ser desnudado, de ser pego em flagrante. E quando isso acontece, esperneia, ameaça, processa, faz o diabo.
Rafael diz:
O Rafael Braga, de 26 anos, pergunta: Há censura ?
Juca diz:
Rafael, trabalho, acredite, com absoluta liberdade. A única vez em que houve tentativa de limitar essa liberdade, na Editora Abril, em 1995, fui embora, depois de 25 anos de casa. Não sei trabalhar de outro modo.
Rafael diz:
O Edson Ramos, de 21 anos, pergunta: você é craque na Internet? É você mesmo que escreve no Blog e responde?
Juca diz:
Edson, craque não sou não. Sei o básico e olhe lá. Mas, sim, trabalho sozinho, não sei delegar, sou eu quem escreve no blog e responde, cada vez menos, os comentários, que são muitos.
Rafael diz:
A Nazaré pergunta: qual é o seu hobby?
Juca diz:
Nazaré, não é exatamente um hobby, é uma paixão, quase uma razão de existir: minhas netas...
Rafael diz:
A Fátima pergunta: você conhece o SESC Santo André?
Juca diz:
Fátima, o de Santo André, não, infelizmente. Mas conheço diversas sedes e sou absolutamente admirador do Sesc e desde sempre, porque tenho contato com ele lá se vão uns 40 anos. Até mesmo no tempo da ditadura militar o Sesc tinha um trabalho corajoso, sempre capaz de abrigar gente perseguida etc. Não nego nada, enfim, que o Sesc me peça.
Rafael diz:
O Wesley pergunta: quais são os seus planos para o futuro?
Juca diz:
Wesley, nunca fiz planos, sempre deixei a vida me levar e não posso me queixar. Não será agora, quase aos 60 anos, que passarei a fazê-los. Só sei que não penso em me aposentar, quero morrer trabalhando como jornalista.
Rafael diz:
A Bianca Freitas diz: quantas horas por dia você trabalha?
Juca diz:
Bianca, muito mais do que deveria, mas, como gosto, me traio. Umas 14 horas, sem exagero.
Rafael diz:
O Vinicius Ranier, pergunta: quais as chances de jogadores de categoria de base jogar no exterior?
Juca diz:
Vinicius, cada vez maiores, com a desorganização dos nossos clubes e com a facilidade que os estrangeiros têm de vir aqui e buscar talentos.
Rafael diz:
O Marcelo Akira, de 14 anos, pergunta: sua família é toda corintiana? Tem vira-casaca?
Juca diz:
Marcelo, minha mulher, meus quatro filhos e meu três irmãos são corintianos. Meu pai também era, assim como minha mãe, que dizia que era, mas, na verdade torcia pelo Flamengo, carioca que era de nascimento. Mas tem são paulinos entre tios e primos, porque nada é perfeito...
Rafael diz:
A Natália Vieira, de 13 anos, pergunta: qual é a camisa de time mais bonita do Brasil?
Juca diz:
Natália, a do Juventus.
Rafael diz:
Renato Mateus de Oliveira, de 17 anos, pergunta: como corintiano, o que você achou da camisa roxa do seu time? Você usaria uma dessa?
Juca diz:
Renato, eu não posso usar nenhuma, por motivos óbvios. Mas eu gosto da idéia sim.
Rafael diz:
O Manuel Alexandre, pergunta: você foi um bom aluno no colégio? Qual é foi a sua matéria predileta?
Juca diz:
Manuel, foi médio até a terceira série de ginásio, quando levei bomba em matemática e tive de repetir. Daí em diante, até sair da faculdade, fui sempre dos melhores da classe, porque não há nada mais chato que repetir o ano.
Rafael diz:
O Clayton pergunta: você é um corintiano sofredor? Ficou triste com a 2º divisão?
Juca diz:
Clyaton, sou, até porque sou da geração que ficou 22 anos na fila. Claro que não gostei nada da queda, mas achei pior o acordo com a MSI.
Rafael diz:
O Rodrigo Munhoz, pergunta: qual foi a maior alegria e a maior tristeza que o esporte lhe deu?
Juca diz:
Rodrigo, as duas maiores alegrias foram os títulos do Corinthians em 1977, o do fim do jejum, e o de 2000, do primeiro mundial de clubes da Fifa. As maiores tristezas foram a derrota do Corinthians em 1974 e a do Brasil na Copa de 1982.
Rafael diz:
A Janaina Nunes, de 18 anos, pergunta: você acha que os jogadores deveriam estudar mais? Eles falam muito mal...
Juca diz:
Janaina, os brasileiros todos deveriam ter mais acesso à escola...
Rafael diz:
Juca, estamos terminando...
Juca diz:
Já?
Rafael diz:
Foi um prazer conversar com você
Juca diz:
Do mesmo modo e espero que todos tenham gostado. Até a próxima!
Rafael diz:
É uma honra. E lhe convidamos a nos visitar aqui no SESC Santo André
Juca diz:
Prometo que quando for por aí, avisarei.
Rafael diz:
última pergunta: o que achou de usar o MSN?
Juca diz:
Muito legal. Meu filho mais moço vive insistindo que eu o faça...
Rafael diz:
Legal! Um abraço e parabéns pelo trabalho!
Rafael diz:
Tchau
Juca diz:
Gracias, viejo
Rafael, trabalho, acredite, com absoluta liberdade. A única vez em que houve tentativa de limitar essa liberdade, na Editora Abril, em 1995, fui embora, depois de 25 anos de casa. Não sei trabalhar de outro modo.
Rafael diz:
O Edson Ramos, de 21 anos, pergunta: você é craque na Internet? É você mesmo que escreve no Blog e responde?
Juca diz:
Edson, craque não sou não. Sei o básico e olhe lá. Mas, sim, trabalho sozinho, não sei delegar, sou eu quem escreve no blog e responde, cada vez menos, os comentários, que são muitos.
Rafael diz:
A Nazaré pergunta: qual é o seu hobby?
Juca diz:
Nazaré, não é exatamente um hobby, é uma paixão, quase uma razão de existir: minhas netas...
Rafael diz:
A Fátima pergunta: você conhece o SESC Santo André?
Juca diz:
Fátima, o de Santo André, não, infelizmente. Mas conheço diversas sedes e sou absolutamente admirador do Sesc e desde sempre, porque tenho contato com ele lá se vão uns 40 anos. Até mesmo no tempo da ditadura militar o Sesc tinha um trabalho corajoso, sempre capaz de abrigar gente perseguida etc. Não nego nada, enfim, que o Sesc me peça.
Rafael diz:
O Wesley pergunta: quais são os seus planos para o futuro?
Juca diz:
Wesley, nunca fiz planos, sempre deixei a vida me levar e não posso me queixar. Não será agora, quase aos 60 anos, que passarei a fazê-los. Só sei que não penso em me aposentar, quero morrer trabalhando como jornalista.
Rafael diz:
A Bianca Freitas diz: quantas horas por dia você trabalha?
Juca diz:
Bianca, muito mais do que deveria, mas, como gosto, me traio. Umas 14 horas, sem exagero.
Rafael diz:
O Vinicius Ranier, pergunta: quais as chances de jogadores de categoria de base jogar no exterior?
Juca diz:
Vinicius, cada vez maiores, com a desorganização dos nossos clubes e com a facilidade que os estrangeiros têm de vir aqui e buscar talentos.
Rafael diz:
O Marcelo Akira, de 14 anos, pergunta: sua família é toda corintiana? Tem vira-casaca?
Juca diz:
Marcelo, minha mulher, meus quatro filhos e meu três irmãos são corintianos. Meu pai também era, assim como minha mãe, que dizia que era, mas, na verdade torcia pelo Flamengo, carioca que era de nascimento. Mas tem são paulinos entre tios e primos, porque nada é perfeito...
Rafael diz:
A Natália Vieira, de 13 anos, pergunta: qual é a camisa de time mais bonita do Brasil?
Juca diz:
Natália, a do Juventus.
Rafael diz:
Renato Mateus de Oliveira, de 17 anos, pergunta: como corintiano, o que você achou da camisa roxa do seu time? Você usaria uma dessa?
Juca diz:
Renato, eu não posso usar nenhuma, por motivos óbvios. Mas eu gosto da idéia sim.
Rafael diz:
O Manuel Alexandre, pergunta: você foi um bom aluno no colégio? Qual é foi a sua matéria predileta?
Juca diz:
Manuel, foi médio até a terceira série de ginásio, quando levei bomba em matemática e tive de repetir. Daí em diante, até sair da faculdade, fui sempre dos melhores da classe, porque não há nada mais chato que repetir o ano.
Rafael diz:
O Clayton pergunta: você é um corintiano sofredor? Ficou triste com a 2º divisão?
Juca diz:
Clyaton, sou, até porque sou da geração que ficou 22 anos na fila. Claro que não gostei nada da queda, mas achei pior o acordo com a MSI.
Rafael diz:
O Rodrigo Munhoz, pergunta: qual foi a maior alegria e a maior tristeza que o esporte lhe deu?
Juca diz:
Rodrigo, as duas maiores alegrias foram os títulos do Corinthians em 1977, o do fim do jejum, e o de 2000, do primeiro mundial de clubes da Fifa. As maiores tristezas foram a derrota do Corinthians em 1974 e a do Brasil na Copa de 1982.
Rafael diz:
A Janaina Nunes, de 18 anos, pergunta: você acha que os jogadores deveriam estudar mais? Eles falam muito mal...
Juca diz:
Janaina, os brasileiros todos deveriam ter mais acesso à escola...
Rafael diz:
Juca, estamos terminando...
Juca diz:
Já?
Rafael diz:
Foi um prazer conversar com você
Juca diz:
Do mesmo modo e espero que todos tenham gostado. Até a próxima!
Rafael diz:
É uma honra. E lhe convidamos a nos visitar aqui no SESC Santo André
Juca diz:
Prometo que quando for por aí, avisarei.
Rafael diz:
última pergunta: o que achou de usar o MSN?
Juca diz:
Muito legal. Meu filho mais moço vive insistindo que eu o faça...
Rafael diz:
Legal! Um abraço e parabéns pelo trabalho!
Rafael diz:
Tchau
Juca diz:
Gracias, viejo
Dica de Blog
Blog descobre brazucas 'perdidos'
Quem gosta de saber como anda a carreira de jogadores brasileiros em países "remotos" precisa conhecer o http://blogdorobertosilva.zip.net. Lá, você confere os brazucas que são estrelas em Honduras, Vietnã e outros países.
Quem gosta de saber como anda a carreira de jogadores brasileiros em países "remotos" precisa conhecer o http://blogdorobertosilva.zip.net. Lá, você confere os brazucas que são estrelas em Honduras, Vietnã e outros países.
quinta-feira, 6 de março de 2008
MANTO SAGRADO
MANTO SAGRADO
Para os torcedores a camisa do seu time é tudo. Há de chegar talvez o dia em que os times não precisarão de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco.
E diante do furor impotente do adversário, a camisa será uma bastilha inexpugnável.
(Nelson Rodrigues)
Enciclopédia do Futebol
Teste o conhecimento no link: http://www2.uol.com.br/flashpops/jogos/escudos.shtml
quarta-feira, 5 de março de 2008
terça-feira, 4 de março de 2008
Jogador YouTube!
Após gol, atleta é cobiçado por duas seleções
DA REPORTAGEM LOCAL
Desconhecido em seu país, Andres Vásquez, 20, ganhou fama no Peru ao marcar um golaço pelo IFK Gotemburgo contra o Öbrero, pelo Campeonato Sueco. O lance correu o mundo via YouTube. O feito despertou cobiça no técnico Chemo Del Solar, cujo time vive mau momento nas eliminatórias da Copa-2010 -o Peru é o penúltimo colocado. O problema é que o volante também é cobiçado pela Suécia, pela qual já atuou em seleções de base. Vásquez falou à Folha por telefone, de Lima, onde passa férias.
FOLHA - Seu gol veiculado no YouTube serviu como cartão de apresentação aos peruanos?
ANDRES VÁSQUEZ - De fato, era pouco conhecido em meu país. Saí daqui com dois anos e iniciei a carreira na Suécia.
FOLHA - O gol rendeu convite para jogar pelo Peru?
VÁSQUEZ - Encontrei o Chemo [Del Solar, técnico do Peru] na Suécia. Mas ainda não fui convocado. Ainda não sei por qual nacionalidade jogar.
FOLHA - O fato de já ter atuado em seleções de base da Suécia o impediria de jogar pelo Peru?
VÁSQUEZ - Creio que não haja problema. Fiz 60 partidas pelas seleções de base suecas. Mas nunca fiz gols.
FOLHA - O golaço por cobertura da entrada da área foi o primeiro?
VÁSQUEZ - Como profissional, foi. Jogo mais atrás. Sou volante e me destaco no passe. Sou o terceiro melhor passador do Sueco. Isso é muito valorizado lá.
FOLHA - Muitos compararam seu gol com um lance de Maradona, pelo Barcelona, no qual ele não marcou. O que achou disso?
VÁSQUEZ - Fantástico. Quando criança, vi Maradona fazer coisas maravilhosas. Meu gol tem mais é que ser visto e desfrutado por todos que gostam de futebol.
FOLHA - De que forma o FC Zürich, seu novo clube, pode colaborar para melhorar seu futebol?
VÁSQUEZ - Vou jogar lá em 2008 e disputar a Copa da Uefa. Será bom para melhorar ainda mais meu futebol.
FOLHA - Admira algum jogador do Brasil em especial?
VÁSQUEZ - Gosto de Garrincha e Pelé. Do seu país, ouço muito samba e lambada. Adoro aquela música "Sozinho", do Raça Negra.
Matéria publicada na Folha de S.Paulo. Segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
DA REPORTAGEM LOCAL
Desconhecido em seu país, Andres Vásquez, 20, ganhou fama no Peru ao marcar um golaço pelo IFK Gotemburgo contra o Öbrero, pelo Campeonato Sueco. O lance correu o mundo via YouTube. O feito despertou cobiça no técnico Chemo Del Solar, cujo time vive mau momento nas eliminatórias da Copa-2010 -o Peru é o penúltimo colocado. O problema é que o volante também é cobiçado pela Suécia, pela qual já atuou em seleções de base. Vásquez falou à Folha por telefone, de Lima, onde passa férias.
FOLHA - Seu gol veiculado no YouTube serviu como cartão de apresentação aos peruanos?
ANDRES VÁSQUEZ - De fato, era pouco conhecido em meu país. Saí daqui com dois anos e iniciei a carreira na Suécia.
FOLHA - O gol rendeu convite para jogar pelo Peru?
VÁSQUEZ - Encontrei o Chemo [Del Solar, técnico do Peru] na Suécia. Mas ainda não fui convocado. Ainda não sei por qual nacionalidade jogar.
FOLHA - O fato de já ter atuado em seleções de base da Suécia o impediria de jogar pelo Peru?
VÁSQUEZ - Creio que não haja problema. Fiz 60 partidas pelas seleções de base suecas. Mas nunca fiz gols.
FOLHA - O golaço por cobertura da entrada da área foi o primeiro?
VÁSQUEZ - Como profissional, foi. Jogo mais atrás. Sou volante e me destaco no passe. Sou o terceiro melhor passador do Sueco. Isso é muito valorizado lá.
FOLHA - Muitos compararam seu gol com um lance de Maradona, pelo Barcelona, no qual ele não marcou. O que achou disso?
VÁSQUEZ - Fantástico. Quando criança, vi Maradona fazer coisas maravilhosas. Meu gol tem mais é que ser visto e desfrutado por todos que gostam de futebol.
FOLHA - De que forma o FC Zürich, seu novo clube, pode colaborar para melhorar seu futebol?
VÁSQUEZ - Vou jogar lá em 2008 e disputar a Copa da Uefa. Será bom para melhorar ainda mais meu futebol.
FOLHA - Admira algum jogador do Brasil em especial?
VÁSQUEZ - Gosto de Garrincha e Pelé. Do seu país, ouço muito samba e lambada. Adoro aquela música "Sozinho", do Raça Negra.
Matéria publicada na Folha de S.Paulo. Segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
geração youtube
Esportes caçam talentos em vídeos na internet
Sites dão visibilidade a crianças, realçam façanhas e ajudam atletas a achar emprego.
Australiano Rhain Davis, 9, teve mais de 4 milhões de visitas a seu vídeo e atraiu a atenção do Manchester United, que o contratou
ADALBERTO LEISTER FILHO
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Nunca foi tão simples caçar talentos do esporte. O trabalho foi facilitado por uma das ferramentas mais populares da internet: o YouTube e seus congêneres (há dezenas na rede mundial de computadores).Nos sites de compartilhamento de vídeos é possível encontrar uma infinidade de "novos Ronaldinhos, Federers e Lebron James". Entre pernas-de-pau e pretensiosos, alguns se destacam e conquistam a atenção dos visitantes do site.O caso mais emblemático foi o do jovem Rhain Davis, de 9 anos. Suas jogadas, filmadas pelo avô em Brisbane (Austrália), foram parar no YouTube.O vídeo virou febre, recebendo mais de 4 milhões de visitas. Resultado: o menino, considerado o "novo Wayne Rooney", foi contratado pelo Manchester United em agosto.
O Brasil também forjou seu garoto YouTube. Morador de Adustina, na Bahia, Maycon Santana, 15, tornou-se o fenômeno brasileiro do site, criado em 2005 e vendido, dois anos depois, por US$ 1,65 bilhão.Mais de 40 mil pessoas assistiram a um vídeo do craque mirim baiano, editado por um amigo, no qual Maycon apresenta um amplo repertório de dribles e embaixadinhas.Em pouco tempo, o jogador foi contratado pelo Flamengo."Eu o conheço desde criança e sabia que era muito bom de bola. Como trabalho com informática, quis editar um vídeo para colocar no YouTube e, assim, ajudá-lo. As imagens rodaram o mundo todo, e isso foi muito bom para ele", comenta Allan Ribeiro, que acompanhou Maycon com sua câmera portátil e disponibilizou o vídeo editado na internet."Se ele se profissionalizar e levar a sério o futebol, vai superar o Ronaldinho Gaúcho. Com cinco anos ele já dava elástico.
Era impressionante", conta.Ribeiro acredita que o sucesso de Maycon só foi possível graças às novas tecnologias."O irmão dele, por exemplo, tinha a mesma habilidade. A diferença é que antes não havia essa possibilidade de mostrar para todo mundo o quanto ele era bom de bola", lamenta.O sucesso repentino assustou Maycon. Pouco mais de um mês após se transferir para o Rio, o adolescente retornou para casa com saudade da família. Mas foi convencido a retomar sua trajetória no clube carioca."Imagine pegar um moleque do sertão da Bahia, que nunca havia saído de Adustina, levar para o Flamengo e colocar na tela da Globo. É claro que ele se assustou!", rememora Ribeiro.
De Adustina a Brisbane, os vídeos com os novos craques não param de pipocar na rede. Atentos à nova ferramenta, jogadores desempregados disponibilizam suas imagens buscando o mercado externo.A praticidade do novo meio faz os desocupados do mundo da bola abandonarem os obsoletos e onerosos DVDs."Estava gastando muito mandando DVD para fora do país. Agora, ficou mais fácil mostrar como eu jogo. É só enviar um e-mail com o link na internet", afirma o jogador Diego Lobemar, que tenta retornar ao futebol português."Mas, por enquanto, só recebi proposta de Fernandópolis e Cardoso Moreira", diz ele, que pode atuar na primeira divisão do Rio -o Cardoso Moreira é um dos caçulas do Estadual.Já existe até empresa especializada em fazer vídeos de jogadores.
A Umatleta, do Rio Grande do Sul, reúne currículos no site Dailymotion."Os sites de vídeo facilitaram muito a vida do jogador. É possível enviar imagens para qualquer lugar do mundo sem custo. Isso abre novas oportunidades", constata Paulo Fernandes, um dos sócios da Umatleta.
Sites dão visibilidade a crianças, realçam façanhas e ajudam atletas a achar emprego.
Australiano Rhain Davis, 9, teve mais de 4 milhões de visitas a seu vídeo e atraiu a atenção do Manchester United, que o contratou
ADALBERTO LEISTER FILHO
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Nunca foi tão simples caçar talentos do esporte. O trabalho foi facilitado por uma das ferramentas mais populares da internet: o YouTube e seus congêneres (há dezenas na rede mundial de computadores).Nos sites de compartilhamento de vídeos é possível encontrar uma infinidade de "novos Ronaldinhos, Federers e Lebron James". Entre pernas-de-pau e pretensiosos, alguns se destacam e conquistam a atenção dos visitantes do site.O caso mais emblemático foi o do jovem Rhain Davis, de 9 anos. Suas jogadas, filmadas pelo avô em Brisbane (Austrália), foram parar no YouTube.O vídeo virou febre, recebendo mais de 4 milhões de visitas. Resultado: o menino, considerado o "novo Wayne Rooney", foi contratado pelo Manchester United em agosto.
O Brasil também forjou seu garoto YouTube. Morador de Adustina, na Bahia, Maycon Santana, 15, tornou-se o fenômeno brasileiro do site, criado em 2005 e vendido, dois anos depois, por US$ 1,65 bilhão.Mais de 40 mil pessoas assistiram a um vídeo do craque mirim baiano, editado por um amigo, no qual Maycon apresenta um amplo repertório de dribles e embaixadinhas.Em pouco tempo, o jogador foi contratado pelo Flamengo."Eu o conheço desde criança e sabia que era muito bom de bola. Como trabalho com informática, quis editar um vídeo para colocar no YouTube e, assim, ajudá-lo. As imagens rodaram o mundo todo, e isso foi muito bom para ele", comenta Allan Ribeiro, que acompanhou Maycon com sua câmera portátil e disponibilizou o vídeo editado na internet."Se ele se profissionalizar e levar a sério o futebol, vai superar o Ronaldinho Gaúcho. Com cinco anos ele já dava elástico.
Era impressionante", conta.Ribeiro acredita que o sucesso de Maycon só foi possível graças às novas tecnologias."O irmão dele, por exemplo, tinha a mesma habilidade. A diferença é que antes não havia essa possibilidade de mostrar para todo mundo o quanto ele era bom de bola", lamenta.O sucesso repentino assustou Maycon. Pouco mais de um mês após se transferir para o Rio, o adolescente retornou para casa com saudade da família. Mas foi convencido a retomar sua trajetória no clube carioca."Imagine pegar um moleque do sertão da Bahia, que nunca havia saído de Adustina, levar para o Flamengo e colocar na tela da Globo. É claro que ele se assustou!", rememora Ribeiro.
De Adustina a Brisbane, os vídeos com os novos craques não param de pipocar na rede. Atentos à nova ferramenta, jogadores desempregados disponibilizam suas imagens buscando o mercado externo.A praticidade do novo meio faz os desocupados do mundo da bola abandonarem os obsoletos e onerosos DVDs."Estava gastando muito mandando DVD para fora do país. Agora, ficou mais fácil mostrar como eu jogo. É só enviar um e-mail com o link na internet", afirma o jogador Diego Lobemar, que tenta retornar ao futebol português."Mas, por enquanto, só recebi proposta de Fernandópolis e Cardoso Moreira", diz ele, que pode atuar na primeira divisão do Rio -o Cardoso Moreira é um dos caçulas do Estadual.Já existe até empresa especializada em fazer vídeos de jogadores.
A Umatleta, do Rio Grande do Sul, reúne currículos no site Dailymotion."Os sites de vídeo facilitaram muito a vida do jogador. É possível enviar imagens para qualquer lugar do mundo sem custo. Isso abre novas oportunidades", constata Paulo Fernandes, um dos sócios da Umatleta.
Programação de Abril
especial
INTERNET FUTEBOL CLUBE
Nunca foi tão simples encontrar talentos do esporte, especialmente no futebol, que é o mais praticado no planeta. O trabalho foi facilitado pela Internet, onde os aspirantes a craques gravam, editam e postam vídeos em sites do gênero e assim abrem muitas oportunidades para a carreira.
Caçando talentos em vídeos na internet
Nos sites de compartilhamento de vídeos é possível encontrar uma infinidade de "novos craques". Entre pernas-de-pau e pretensiosos, alguns se destacam e conquistam a atenção dos visitantes dos sites. Com Rafael Spaca. 0
4/03, 11/03. Terças às 19h.
Manto Sagrado
Exposição de camisas de times que são considerados pequenos, mas que possuem uma torcida vibrante e apaixonada, mesmo nas derrotas.
De 05/03 a 30/03. Terça a sexta, das 11h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30.
Enciclopédia do Futebol
Teste de conhecimento. Descubra os escudos de times de futebol de todo o mundo por meio de jogos pela Internet. Com Rafael Spaca.
06/03, 13/03. Quintas às 19h.
Bate-papo virtual com Juca Kfouri
O jornalista tem 36 anos de profissão e atualmente trabalha no programa Linha de Passe, da ESPN-Brasil, além de apresentar o programa CBN EC, na rede CBN de Rádio. Seu blog é o mais lido dentre os de segmento esportivo. 07/03. Sexta às 16h.
Gincana de Embaixadinhas online
Faça o máximo de embaixadinhas possíveis em jogos disponíveis na Internet.
08/03, 15/03, 22/03, 29/03. Sábados às 15h.
Futebol é bola na Rede
Visita a sites de clubes de futebol do Brasil e a sites e blogs especializados no tema. Com Rafael Spaca.
18/03, 25/03. Terças às 19h.
Bate-papo virtual com Xico Sá
Xico Sá, jornalista e escritor, iniciou sua trajetória no Recife e atua em SP há 15 anos. É colunista da Folha, jornal no qual foi repórter especial durante oito anos, colecionando vários prêmios de reportagem, entre eles o Prêmio Esso. Sua coluna é publicada às sextas-feiras, no caderno Esportes.
20/03. Quinta às 19h.
Bate-papo virtual com Contardo Calligaris
Italiano, é psicanalista, doutor em psicologia clínica e ensaísta. Vive e clinica entre os EUA e São Paulo. Ensinou estudos culturais na New School de Nova York e antropologia na Universidade da Califórnia em Berkeley. Assina uma coluna às quintas-feiras no caderno Ilustrada da Folha, na qual reflete sobre a cultura e a modernidade. É apaixonado por futebol.
27/03. Quinta às 20h30.
_________________________________________
palestra
BATE-PAPO COM SÔNIA BERTOCCHI
A professora de português é criadora do Blog Lousa Digital, espaço para reflexão coletiva sobre o uso pedagógico da Internet.
05/03. Quarta, às 20h30. Santo André
oficinas
ERRANTE NAVEGANTE
Para os navegantes sem destino, que se perdem no caminho da web e ficam na mesmice. Dicas de sites interessantes na Internet, fugindo sempre do óbvio. Com Alexandre Penedo. Sala da Internet Livre.
05/03, 12/03, 19/03, 26/03. Quartas, das 16h30 às 17h30.
CURUMIM QUER NAVEGAR
Inclusão digital para as crianças do projeto Curumim. Com Alexandre Penedo e Instrutores do Curumim. Sala da Internet Livre.
06/03, 13/03, 20/03, 27/03. Quintas, das 14h30 às 16h.
E-EDUCAÇÃO
Projeto intergeracional que cria uma atmosfera para fazer com que os alunos aprendam a ler e escrever enquanto usam o computador, trabalhando com a inclusão digital e literal. Participação do Mova: Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos. Com Rafael Nunes e usuários da Sala da Internet Livre.
12/03, 19/03, 26/03. Quartas, das 20h30 às 21h30.
exposição
DEU TILT
Embuste para alguns, vanguarda para outros, as obras da exposição são frutos de erros de programação aleatórios ou forçados, explorando os limites do formato digital. Sala da Internet Livre.
De 01/03 a 30/03. Terça a sexta, das 11h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30. Santo André
INTERNET FUTEBOL CLUBE
Nunca foi tão simples encontrar talentos do esporte, especialmente no futebol, que é o mais praticado no planeta. O trabalho foi facilitado pela Internet, onde os aspirantes a craques gravam, editam e postam vídeos em sites do gênero e assim abrem muitas oportunidades para a carreira.
Caçando talentos em vídeos na internet
Nos sites de compartilhamento de vídeos é possível encontrar uma infinidade de "novos craques". Entre pernas-de-pau e pretensiosos, alguns se destacam e conquistam a atenção dos visitantes dos sites. Com Rafael Spaca. 0
4/03, 11/03. Terças às 19h.
Manto Sagrado
Exposição de camisas de times que são considerados pequenos, mas que possuem uma torcida vibrante e apaixonada, mesmo nas derrotas.
De 05/03 a 30/03. Terça a sexta, das 11h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30.
Enciclopédia do Futebol
Teste de conhecimento. Descubra os escudos de times de futebol de todo o mundo por meio de jogos pela Internet. Com Rafael Spaca.
06/03, 13/03. Quintas às 19h.
Bate-papo virtual com Juca Kfouri
O jornalista tem 36 anos de profissão e atualmente trabalha no programa Linha de Passe, da ESPN-Brasil, além de apresentar o programa CBN EC, na rede CBN de Rádio. Seu blog é o mais lido dentre os de segmento esportivo. 07/03. Sexta às 16h.
Gincana de Embaixadinhas online
Faça o máximo de embaixadinhas possíveis em jogos disponíveis na Internet.
08/03, 15/03, 22/03, 29/03. Sábados às 15h.
Futebol é bola na Rede
Visita a sites de clubes de futebol do Brasil e a sites e blogs especializados no tema. Com Rafael Spaca.
18/03, 25/03. Terças às 19h.
Bate-papo virtual com Xico Sá
Xico Sá, jornalista e escritor, iniciou sua trajetória no Recife e atua em SP há 15 anos. É colunista da Folha, jornal no qual foi repórter especial durante oito anos, colecionando vários prêmios de reportagem, entre eles o Prêmio Esso. Sua coluna é publicada às sextas-feiras, no caderno Esportes.
20/03. Quinta às 19h.
Bate-papo virtual com Contardo Calligaris
Italiano, é psicanalista, doutor em psicologia clínica e ensaísta. Vive e clinica entre os EUA e São Paulo. Ensinou estudos culturais na New School de Nova York e antropologia na Universidade da Califórnia em Berkeley. Assina uma coluna às quintas-feiras no caderno Ilustrada da Folha, na qual reflete sobre a cultura e a modernidade. É apaixonado por futebol.
27/03. Quinta às 20h30.
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palestra
BATE-PAPO COM SÔNIA BERTOCCHI
A professora de português é criadora do Blog Lousa Digital, espaço para reflexão coletiva sobre o uso pedagógico da Internet.
05/03. Quarta, às 20h30. Santo André
oficinas
ERRANTE NAVEGANTE
Para os navegantes sem destino, que se perdem no caminho da web e ficam na mesmice. Dicas de sites interessantes na Internet, fugindo sempre do óbvio. Com Alexandre Penedo. Sala da Internet Livre.
05/03, 12/03, 19/03, 26/03. Quartas, das 16h30 às 17h30.
CURUMIM QUER NAVEGAR
Inclusão digital para as crianças do projeto Curumim. Com Alexandre Penedo e Instrutores do Curumim. Sala da Internet Livre.
06/03, 13/03, 20/03, 27/03. Quintas, das 14h30 às 16h.
E-EDUCAÇÃO
Projeto intergeracional que cria uma atmosfera para fazer com que os alunos aprendam a ler e escrever enquanto usam o computador, trabalhando com a inclusão digital e literal. Participação do Mova: Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos. Com Rafael Nunes e usuários da Sala da Internet Livre.
12/03, 19/03, 26/03. Quartas, das 20h30 às 21h30.
exposição
DEU TILT
Embuste para alguns, vanguarda para outros, as obras da exposição são frutos de erros de programação aleatórios ou forçados, explorando os limites do formato digital. Sala da Internet Livre.
De 01/03 a 30/03. Terça a sexta, das 11h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30. Santo André
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